A temporada 2025 da Stock Car Brasil marca um novo capítulo na história da categoria, com a adoção dos SUVs como carros oficiais e a continuidade da motorização turbo, que vem desafiando engenheiros, equipes e organizadores no difícil equilíbrio entre performance e competitividade. Embora todos os carros utilizem o mesmo motor base, um 2.1 litros turbo de quatro cilindros fornecido pela empresa Audacetech, com potência na casa dos 500 CV, as diferenças de desempenho entre os carros ainda existem. Isso acontece por diversos fatores que vão muito além do propulsor em si.
A principal característica dos motores turbo é a sua sensibilidade a variáveis técnicas e ambientais. Ao contrário de motores aspirados, os turbos utilizam um sistema de sobrealimentação que comprime o ar admitido, gerando mais potência. Esse processo, no entanto, depende de componentes como o turbocompressor, o intercooler e o mapeamento eletrônico da central de controle do motor (ECU). Pequenas diferenças na eficiência térmica, no tempo de resposta do turbo (conhecido como “turbo lag”) ou até mesmo na maneira como o arrefecimento está distribuído podem alterar o comportamento do carro em pista.

Outro fator importante é a eletrônica embarcada. Apesar das unidades serem padronizadas, o modo como cada equipe calibra o sistema de gerenciamento do motor pode influenciar no consumo de combustível, no controle de tração e na entrega de potência em diferentes trechos do circuito. Isso significa que, mesmo com a mesma base mecânica, um carro pode ser mais rápido em curvas de baixa enquanto outro pode ganhar vantagem nas retas, dependendo da forma como o motor foi ajustado para aquela prova.
Por fim, há o fator carroceria e aerodinâmica. Em 2025, a categoria passou a adotar SUVs, Toyota Corolla Cross, Chevrolet Tracker e Mitsubishi Eclipse Cross e, embora o chassi seja unificado, cada modelo tem características de design, peso e distribuição aerodinâmica que interagem de maneira diferente com o conjunto motriz. Isso pode gerar variações no arrasto, no centro de gravidade e na forma como a potência é aplicada ao solo, influenciando diretamente o desempenho em cada etapa do campeonato.

Em resumo, os motores turbo da Stock Car Brasil 2025 representam um desafio tão grande quanto uma oportunidade para as equipes. Equalizar esses motores é difícil justamente porque há muitas variáveis fora do controle direto dos regulamentos. A categoria aposta em uma base técnica comum, mas como sempre no automobilismo, os detalhes fazem toda a diferença, e a categoria deve agir rapidamente para impedir o domínio da Mitsubishi na terceira etapa no Velopark, um pacote de atualizações será implementado, os carros da GM e Toyota terão uma redução de 5 mm na sua altura minima em relação ao solo, indo de 70 mm para 65 mm. Carros Mistusibhi permanecem com 70 mm. Além disso, haverá um acréscimo de 0,05 bar (50 mbar) na pressão do turbo do motor das marcas GM e Toyota, assim evitando os 0.3 a 0.5 que algumas equipes alegavam que a marca dos três diamantes tinha de vantagem para as demais.
Como toda mudança, gere transtornos e problemas, a Audace juntamente da Vicar vem tentando etapa pós-etapa minimizar isso e trazer um show dentro dos principais autódromos do Brasil.
